O que não fazer na Noruega: 9 erros que podem arruinar sua viagem (e como evitar cada um deles)

O que não fazer na Noruega: 9 erros que podem arruinar sua viagem (e como evitar cada um deles)

Em Lyngen. Foto do arquivo pessoal.

Antes de começar o planejamento da sua viagem para Noruega que tal uma lista de tudo, ou quase tudo o que não fazer na Noruega? Viajar para a Noruega é o sonho de muitos viajantes, especialmente por causa dos fiordes, da natureza exuberante e da qualidade de vida que impressiona qualquer turista.
Depois de ajudar milhares de viajantes a montarem roteiros, percebi que os mesmos erros se repetem. Então decidi reunir tudo aqui. Afinal, alguns erros muito comuns podem custar caro — tanto financeiramente quanto em tempo perdido ou expectativas frustradas.

Aproveita e me conta depois nos comentários, de que erros eu te salvei!

1. Não espere ver fiordes épicos chegando em Oslo

Sério, gente… esse é disparado o erro mais comum entre turistas — e confesso que eu mesma demorei para perceber o quanto isso frustrava quem chegava cheio de expectativas. Só depois de responder a mesma pergunta dezenas de vezes é que entendi: muita gente vem para Oslo acreditando que vai encontrar os fiordes cinematográficos logo ao desembarcar. E aí meu papel virou salvar os desavisados antes da viagem virar decepção.

E antes que alguém pergunte: sim, Oslo é maravilhosa, moderna, vibrante e cercada por natureza. A cidade tem museus incríveis, bairros charmosos, cafés descolados e um clima urbano que vale muito a visita. Mas Oslo não é, e nunca foi o destino certo para ver os fiordes icônicos da Noruega. Aliás, aproveite minhas dicas do que fazer na capital da Noruega nesse artigo aqui.

Aqueles fiordes dramáticos, com montanhas verticais, águas profundas e cenários que parecem saídos de um filme?

Eles simplesmente não estão em Oslo.

Essa é a frustração nº 1 de quem chega ao país esperando paisagens de cartão-postal e encontra um fiorde urbano, bonito sim, mas totalmente diferente do que se vê no Instagram.

Para ver os fiordes mais famosos e impressionantes da Noruega, eu recomendo que vá para regiões como:

  • Bergen
  • Flam
  • Geiranger
  • Tromsø (área dos fiordes do Ártico)

Ou seja: não é uma questão de beleza, é uma questão de geografia. Saber disso antes de viajar salva expectativas, dinheiro e até tempo perdido tentando encaixar passeios impossíveis a partir da capital.

Cruzeiro chegando em Oslo.
Cruzeiro chegando em Oslo. Foto do arquivo pessoal.

2. Não deixe hospedagem para a última hora.

Na Noruega, principalmente durante o verão e em períodos de alta procura, os preços das hospedagens podem triplicar, e muitas opções simplesmente desaparecem semanas antes. Isso não acontece apenas em Oslo: cidades como Bergen, Tromsø e praticamente toda a região dos fiordes enfrentam uma demanda muito maior do que a capacidade local.

O motivo?

Muita gente não imagina, mas a Noruega tem pouco mais de 5 milhões de habitantes espalhados por um território enorme. Além disso, inúmeras cidades e vilas turísticas são minúsculas, com pouquíssimos quartos disponíveis. Resultado: quando a temporada chega, o país inteiro lota, e quem deixou para reservar mais tarde acaba pagando caro ou ficando sem onde ficar.

E para você entender o impacto real disso, deixa eu contar uma história.

Este ano, eu precisava gravar um conteúdo em Tromsø, em fevereiro, que é um dos períodos mais concorridos por causa da aurora boreal. Quando fui buscar hospedagem em dezembro, apenas dois meses antes, fiquei chocada: os valores estavam três vezes mais altos do que o normal.

Simples assim: três vezes.

Mesmo sendo baixa temporada em vários lugares do mundo, ali não havia mais disponibilidade acessível. No fim, tive que mudar todos os meus planos e remarcar a viagem para março. E só consegui fazer isso porque, por sorte, ainda não tinha comprado a passagem aérea.

Essa experiência reforçou algo que sempre digo, mas que muita gente subestima: na Noruega, reservar hospedagem com antecedência não é uma dica, é um ato de sobrevivência para o seu orçamento.

Lofoten. Foto do arquivo pessoal.
Lofoten. Foto do arquivo pessoal.

3. Não subestime o clima

O clima norueguês é conhecido por sua instabilidade extrema, e isso significa que, em questão de minutos, você pode experimentar sol, vento forte, chuva fina, frio intenso e, logo depois, céu azul novamente. Essa variação constante acontece porque o país está situado em uma latitude alta e cercado por montanhas, fiordes e pelo Mar do Norte, o que cria microclimas imprevisíveis.

Além disso, as estações não seguem o mesmo padrão que estamos acostumados no Brasil. Mesmo no auge do verão, quando muitos imaginam dias quentes e estáveis, é comum enfrentar temperaturas abaixo de 10 °C, ventos gelados e chuvas repentinas. Já no outono e na primavera, as mudanças são ainda mais bruscas — e, no inverno, o vento pode fazer a sensação térmica despencar de forma dramática.

Por essa razão, vestir-se em camadas não é apenas uma recomendação; é uma regra de sobrevivência para qualquer viajante. A famosa técnica layering permite que você adicione ou retire peças conforme o clima muda, mantendo o corpo sempre confortável. O ideal é combinar:

  • camada base: segunda pele térmica ou tecido que afasta a umidade,
  • camada intermediária: fleece ou lã para aquecer,
  • camada externa: casaco corta-vento e impermeável para bloquear chuva e vento,
  • acessórios essenciais: gorro, luvas leves e cachecol, dependendo da época.

Dessa forma, você evita frustrações e pode aproveitar trilhas, passeios de barco, city tours e atividades ao ar livre sem depender da sorte.

Em resumo, na Noruega, você se veste para o dia inteiro… mas o dia muda muitas vezes.

4. Não use Uber ou táxi achando que “não deve ser tão caro”

Quando falamos sobre o que não fazer na Noruega, uma das primeiras coisas que precisa ser mencionada é a ideia de que corrida de táxi ou Uber terá um preço “normal”. No entanto, a realidade é bem diferente. O custo do transporte individual é extremamente alto, e isso surpreende até viajantes experientes.

Além disso, muitos turistas não se dão conta de que o valor final pode ultrapassar facilmente o de uma diária de hotel ou até o custo de um voo doméstico. Por isso, confiar em táxi como meio de locomoção “emergencial” pode se transformar rapidamente em um prejuízo significativo.

Em contrapartida, o transporte público norueguês é organizado, pontual e eficiente. Trens, ônibus, bondes e até barcos operam com horários precisos e ótima cobertura territorial. Para completar, aplicativos como Ruter, em Oslo, deixam tudo intuitivo e fácil de usar, até para quem não fala norueguês.

Minha dica pessoal é utilizar o app Entur, ele te da opções de deslocamentos em todo pais.

Bybanen em Bergen. Foto do arquivo pessoal
Bybanen em Bergen. Foto do arquivo pessoal

5. Não compre água mineral

Outro ponto essencial quando falamos sobre: o que não fazer na Noruega, é comprar água mineral achando que faz diferença. Na verdade, a Noruega possui uma das águas potáveis mais puras do mundo, resultado direto de políticas rigorosas de preservação ambiental, baixíssimo índice de poluição e abundância de fontes naturais.

Portanto, pagar por garrafas de água é praticamente jogar dinheiro fora. Especialmente porque, dependendo do lugar, uma única garrafinha pode custar o equivalente a uma refeição rápida nos países vizinhos. Portanto, a melhor alternativa é carregar uma garrafa reutilizável e abastecê-la em qualquer torneira, bebedouro ou pia de restaurante.

Além da economia imediata, essa prática também contribui para reduzir o consumo de plástico e seguir o estilo de vida sustentável que os noruegueses tanto valorizam. Em outras palavras, você economiza, ajuda o planeta e ainda bebe uma água de qualidade.

6. Não tente conhecer tudo em poucos dias

Outro erro bastante comum ao planejar o que fazer e o que não fazer na Noruega — é imaginar que será possível explorar várias regiões distantes em poucos dias. Contudo, o país tem dimensões amplas, deslocamentos longos e atrações espalhadas por áreas remotas. Isso faz com que itinerários muito ambiciosos se tornem cansativos, caros e, muitas vezes, inviáveis.

Muitos viajantes tentam colocar Oslo, Bergen, Tromsø, fiordes, aurora boreal, trilhas e mais em um roteiro de cinco dias, o que acaba criando uma experiência apressada e cheia de frustrações. Além disso, trajetos entre cidades podem tomar horas. E no inverno, ainda dependem das condições climáticas.

Por isso, a melhor estratégia é escolher uma ou duas regiões principais e explorá-las com calma. Dessa forma, você aproveita melhor as atrações, reduz deslocamentos e evita desperdício de tempo. Como consequência, a viagem se torna mais leve, mais organizada e muito mais prazerosa. Mas lógico que se você tiver tempo, super indico uma viagem por várias regiões.

7. Não espere restaurantes baratos

Quando pensamos em o que não fazer na Noruega, é fundamental incluir a expectativa errada sobre preços de restaurantes. Embora a gastronomia norueguesa seja deliciosa e muito bem preparada, comer fora pode ser surpreendentemente caro. Mesmo refeições simples têm valores elevados, não apenas pela qualidade dos ingredientes, mas pelo custo de vida geral do país.

Além disso, muitos turistas chegam imaginando que encontrarão alternativas mais em conta durante o dia, como acontece em grande parte da Europa. Entretanto, isso raramente acontece por aqui. Na Noruega, até fast-foods, cafés e pratos rápidos podem ter preços muito acima do esperado.

Por outro lado, existem maneiras inteligentes de economizar sem prejudicar a experiência. Supermercados como Rema 1000, Kiwi e Coop oferecem refeições prontas, sanduíches, sopas e saladas com excelente custo-benefício. As famosas “bakeries” norueguesas também são ótimas opções para cafés da manhã reforçados e lanches ao longo do dia. Ah, e temos o 7eleven e a Narvesen, que em algumas regiões tem promoção para o café da manhã ou lanche.

Portanto, saber disso antes da viagem ajuda a ajustar expectativas e evitar sustos na hora de pagar a conta. Planejar as refeições faz parte de entender o que não fazer na Noruega se você quer manter o orçamento controlado.

Aurora boreal em Bergen. Algo raro. Foto do arquivo pessoal.
Aurora boreal em Bergen. Algo raro. Foto do arquivo pessoal.

8. Não ache que vai ver aurora boreal em qualquer lugar

Quando falamos sobre o que não fazer na Noruega, é essencial esclarecer um dos equívocos mais comuns entre viajantes: acreditar que a aurora boreal pode ser vista em qualquer região do país. A realidade, porém, é bem diferente. Em Oslo, por exemplo, apesar de vermos a aurora com mais frequencia nos ultimos anos, as chances são praticamente nulas. A capital, assim como Bergen, está localizada muito ao sul e possui uma quantidade significativa de luz urbana, o que torna o fenômeno quase impossível de observar.

Para aumentar as chances reais de ver a aurora, é necessário viajar para áreas acima do Círculo Polar Ártico, como Tromsø, Alta ou as Ilhas Lofoten. Porém, mesmo nessas regiões, não existe garantia — é preciso estar no período certo, ter o clima a favor e contar com um pouco de sorte. Além disso, compreender os índices de atividade solar e saber interpretar previsões é parte fundamental da experiência.

E é justamente aqui que muitos viajantes se frustram: eles chegam à Noruega esperando ver “as luzes dançantes” em qualquer lugar e percebem, tarde demais, que o planejamento é muito mais complexo do que imaginavam. Saber onde ir, quando ir e como monitorar as condições faz toda a diferença.

Foi por isso, inclusive, que eu criei meu e-book sobre Aurora Boreal, uma ferramenta completa que ajuda viajantes a se organizarem, escolherem as melhores datas, entenderem os índices KP, acompanharem o clima e evitarem frustrações desnecessárias. Ele nasceu justamente depois de ver dezenas de pessoas viajarem na época errada, para o lugar errado, ou com expectativas irreais.

👉 Se você sonha em viver essa experiência, meu Planner Aurora Boreal te guia passo a passo — desde o planejamento até o momento de olhar para o céu e finalmente ver as luzes dançando.

9. Não ignore as regras de natureza e trilhas

Por fim, quando falamos sobre o que não fazer na Noruega, precisamos destacar algo fundamental: as regras ambientais. A Noruega tem uma relação muito séria com a natureza e com razão. O país abriga algumas das paisagens mais bem preservadas do planeta, e isso só é possível porque existe um enorme respeito coletivo pelas trilhas, parques e áreas protegidas.

Além disso, várias trilhas passam por propriedades privadas, mas são abertas ao público graças ao conceito norueguês de allemannsretten, o “direito de acesso à natureza”. Esse direito, porém, exige responsabilidade.
Por isso, sair da trilha marcada, atravessar cercas, deixar lixo ou perturbar animais locais não é apenas mal visto — pode gerar multas e causar danos reais ao ecossistema.

E mais: as condições climáticas podem mudar rápido, tornando trilhas fáceis mais perigosas do que parecem. Seguir sinalizações, respeitar barreiras e usar o equipamento adequado é parte essencial de qualquer viagem responsável.

O que não fazer na Noruega: resumindo

Em resumo, entender o que não fazer na Noruega é tão importante quanto planejar os passeios que você pretende realizar. Ao evitar os erros mais comuns — como subestimar o clima, confiar em táxis caros, tentar ver tudo em poucos dias ou ter expectativas equivocadas sobre fiordes e aurora boreal — você garante uma viagem mais tranquila, econômica e memorável.

Com planejamento, informação e preparação adequada, sua experiência na Noruega será não apenas inesquecível, mas também livre de perrengues.

Agora me conta: De quê perrengue te salvei com esse artigo?

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sobre mim

Olá! Meu nome é Erinice.

Sou paranaense e moro na Noruega há 10 anos com meu marido e filha. Sou formada em história e estudiosa sobre a era viking na Noruega. Meus roteiros são baseados em muita pesquisa.

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